sábado, 8 de dezembro de 2012

Com certeza uma Bela mostra do que restou deste patrimônio material edificado.


Peguei o post do Blog Caverna do Jefinho, cedido gentilmente pelo Jeferson. Obrigado.


Ani - Cidade Fantasma de 1001 Igrejas

Olá pessoal, explorando a internet me deparei com essas belas imagens dessa tal cidade Ani. Infelizmente tive que traduzir os textos contidos no site , o que obviamente já deixa todo mundo de cara virada, mas vale a pena conferir pelo menos pelas belas imagens, no final deixarei o link de onde encontrei isso, assim todos poderão ler em ingles se preferirem. (infelizmente o texto e as imagens saíram um pouco das margens do layout, mas resolvi preservá-las dess maneira senão ficariam muito pequenas para visualização.)
Grande abraço e boa expedição.


Image Credit Flickr User Snotch

Ani - alguns chamam a Cidade de 1001, outras Igrejas da Cidade de Quarenta Gates. No entanto, ninguém foi chamado em casa por mais de três séculos.


Abandonado por seus habitantes, uma vez próspera e poderosa, que está situado no lado turco de uma zona militarizada entre a fronteira da Turquia e Armênia.



A cidade de Ani não é estranho a morte, destruição e abandono.



Image Credit Flickr User antonioperezrio
Image Credit Flickr User Snotch

É uma cidade fantasma hoje, mas uma vez que seus habitantes armênios contados perto de 200 mil. Em seu auge, foi uma metrópole que rivalizava com Constantinopla, Cairo ou Bagdá como um centro de cultura e empresarial. Embora ele nunca foi em rotas comerciais tradicionais seu tamanho e poder ordenou visitas de comerciantes de todas as direções. No entanto, o que aconteceu para reduzir esta cidade uma vez magnífica e regional dominante em praticamente pó?


Image Credit Flickr User Snotch
Image Credit Flickr User Snotch

A cidade é vítima de uma luta colossal e séculos de poder entre diferentes facções na região. Fundada no século quarto ou quinto milênio o seguinte serra armênios, curdos, georgianos, mongóis e turcos luta por e ascender ao poder na cidade-estado.



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Quase cada vez que uma facção chegou ao poder, a cidade foi saqueada, quase a ponto de obliteração. Ani finalmente a respiração ofegante metafórica passado pela metade do século XVIII, exausto à extinção, por assim dizer, pela constante luta pela supremacia sobre o seu domínio.



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A cidade era originalmente armênio e do território em que se encontra é ainda disputado entre o moderno dia Turquia e Armênia. Foi mencionado pela primeira vez nos anais da dinastia Kamsarakan armênia no século quinto. Eles foram uma das sete grandes casas da Pártia e suas origens voltou para o Arsacid persa - um poder Irã grande baseado.


Image Credit Flickr User Jez, Rani and Amrita
Image Credit Flickr User Jez, Rani and Amrita

O nome da cidade parece ter vindo de Ani-Kamakh, uma fortaleza armênio, mas também era conhecido como Khnamk embora os historiadores não sabem por quê. A melhor sugestão é que ela vem da Armênia para a cuidar. Certamente, a cidade foi projetada apenas para que - para proteger e abrigar seus cidadãos. Ele está situado em uma planície triangular. No seu auge, ele deve ter sido uma visão extraordinariamente visualmente impressionante para aproximar os visitantes. Escolhido por sua situação naturalmente defensivo, ao leste é protegida por um barranco e rio, a oeste um vale íngreme.


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O início do século nono viu o declínio do Kamsarakans e eles foram substituídos por outra dinastia armênio, o Bagratuni. Seus líderes se referiram como ishkhan ou príncipes e eles governaram, talvez, o período mais pacífico da história de Ani. Um ponto fundamental para o sucesso da cidade veio em 992, quando os Bispos chefe da Igreja armênia mudou sua sear ao estado próspera cidade. Sua população dobrou em um século, que enquanto não notável em termos modernos, deve ter parecido uma idade de ouro de crescimento para o Bagratuni.



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Um par de irmãos brigando iria começar a descida prolongada, mas inexorável Ani. Quando o rei Gagik I morreu em 1020 nem de seus filhos seria adiar para o outro e assim o reino foi dividido. O mais velho, Hovhannes Smbat assumiu Ani eo mais novo Ashot, o resto do principado Bagratuni.


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Hovannes Smbat queria e precisava de paz em seu tempo de modo fechou um acordo que significava exatamente isso, mas teria terríveis consequências a longo prazo para a cidade. Ele sabia que o Império Bizantino vizinho considerada suas terras com os olhos invejosos e que de forma lenta e com certeza eles estavam desenhando planos contra ele. Então ele fez algo bastante notável. Para evitar a invasão, ele prometeu seu reino após a morte do imperador bizantino, Basil, e fê-lo seu herdeiro.


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Quando Hovannes Smbat morreu em 1041, o sucessor de Basílio, Michael IV, obviamente queria o que havia sido prometido e reivindicou soberania. O novo rei de Ani, Gagik II, estava tendo nada disso e conseguiu revidar nada menos que três exércitos enviados para capturar a cidade. No entanto, o Ashot ainda vivo foi capturado e embora nunca tivesse sido rei de Ani, esta humilhação final levou à rendição da cidade.


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Então, em 1045, Ani se tornou uma cidade bizantina, juntamente com um governador grego. Foi agora parte do que as pessoas chamavam a nova Roma. Não por muito tempo, no entanto. Os turcos seljúcidas tinha outras ideias para a cidade e em 1064 o exército de seu sultão, Alp Arslan (auxiliado pelos georgianos sob o rei Bagrat) cerco à cidade.



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O bloqueio durou três semanas. Como um ditado mais moderno vai, somos como uma sociedade apenas nove refeições fora de anarquia por isso, embora três semanas pode não parecer muito tempo, as condições dentro da cidade deve ter sido horrível. O pior ainda estava por vir. Uma vez que a cidade foi capturada, o sultão Alp Arslan ordenou o massacre completo e total da população.


Image Credit Flickr User Jean and Nathalie

No entanto, esse não foi o fim de Ani. Muitos da população armênia escapou do abate através de fugir antes do cerco e, lentamente, e, certamente, eles voltaram. O sultão se tornou desinteressado na cidade e vendeu-a, bloquear estoque e barril de uma dinastia curda Muslin conhecidos como os Shaddadids. As igrejas 1001 seria acompanhado por mesquitas.


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Uma paz inquieta resolvido entre a população majoritariamente cristão e armênio e seus novos senhores muçulmanos. Geralmente os Shaddaddis tentou através de um processo de conciliação e casamento com a nobreza Bagrátida (que ainda estavam por lá!) Para manter a paz. Eles tiveram que - cada vez que a população sentiu que ultrapassaram os limites em termos de governação, apelaram para a vizinha (e cristãos) reino da Geórgia para obter ajuda.


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Os georgianos foram feliz obrigar. Eles invadiram e segurou a cidade não uma ou duas vezes, mas três vezes (1124, 61 e 71). Cada vez que eles iriam castigar e punir os Shaddadids enquanto, eventualmente, liberar o poder de volta para eles. Não foi um momento feliz para a população armênia.


Image Credit Flickr User Jez, Rani and Amrita
Image Credit Wikimedia
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Eventualmente, os georgianos, sob a sua lendária rainha Tamara, tomou medidas final e decisiva em 1199. Eles removeram os Shaddadids permanentemente do poder e deu de governador da cidade para os armênios. Esses sucessores dos Bagrátidas formou uma nova dinastia, quase 300 anos antes de Colombo chegou à América, nomeando-o seu geral e Zakare fundador, e chamando-se os Zakarids.


Image Credit Wikimedia

Comércio, riqueza e prosperidade voltou para a cidade. No entanto, o caos eo massacre foi apenas uma geração de distância - de inimigo ainda outro novo. Em 1236 os mongóis capturado Ani e colocar uma grande porcentagem da população à espada. Os Zakarids foram autorizados a continuar a governar, mas como mongol, em vez de vassalos georgianas. Foi aqui que o declínio da cidade começou a ganhar ímpeto.


Image Credit Flickr User mx
Image Credit Flickr User mx
By the fourteenth century the city came under the control of a series of Turkish dynasties.  The Armenian bishopric left in 1441 and in 1571 the city came under the control of the Ottoman Empire which consistently neglected it. The small population that persisted for some time after was itself gone by 1750.

Image Credit Flickr User Snotch
Image Credit Flickr User Snotch

Por volta do século XIV, a cidade ficou sob o controle de uma série de dinastias turcas. O bispado armênio saiu em 1441 e em 1571 a cidade esteve sob o domínio do Império Otomano, que constantemente negligenciado. A pequena população que persistiu por algum tempo depois foi-se embora em 1750.


Image Credit Wikimedia

A cidade foi "redescoberto" por arqueólogos durante o próximo século. Várias escavações ocorreu, mas mais danos seria feito após a Primeira Guerra Mundial. Turquia e Armênia continuou a lutar militarmente o território até 1921, quando Ani, para grande desgosto dos armênios, foi contida dentro das fronteiras da Turquia.


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A negligência neste site valioso arqueológico sofreu nas mãos das autoridades turcas não pode ser chamado benigna. Em maio de 1921, a Assembléia turca enviou uma mensagem ao comandante de Frente Oriental, autorizando que os "monumentos de Ani ser varrido da face da terra".
Espero que tenham gostado do passeio pela caverna.
até mais!
Jefinho

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A ANPUH-Brasil e a Regulamentação da Profissão de Historiador



PROJETO DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE HISTORIADOR APROVADO NO SENADO

No dia 7 de novembro foi aprovado no Senado Federal o projeto de Regulamentação da Profissão de Historiador (PLS 368 de 2009). A aprovação resultou do esforço da Diretoria da ANPUH-Brasil que, cumprindo determinação da Assembléia Geral da entidade realizada em São Paulo no mês de julho do ano passado, tem envidado esforços para que essa meta seja atingida.
No dia 6, o presidente da ANPUH-Brasil deslocou-se para Brasília a fim de solicitar apoio dos senadores à medida, bem como seu empenho em inseri-la na Ordem do Dia do Senado, já que o projeto havia tramitado em todas as comissões necessárias, restando apenas ser votado em Plenário.
Foram visitados os gabinetes dos seguintes senadores: Jarbas Vasconcelos, Ciro Nogueira, Clésio Andrade, João Capiberibe, Eduardo Suplicy, Jayme Campos, Sérgio Souza, Antonio Carlos Valadares, Magno Malta, Álvaro Dias, Paulo Paim e Ana Amélia Lemos. Fomos recebidos ou diretamente pelos senadores (Capiberibe, Suplicy, Dias e Malta) ou por seus assessores. Todos se mostraram favoráveis ao projeto e prometeram trabalhar para a sua aprovação.
Ao final do tarde, a Senadora Ana Amélia, apoiadora da causa, foi mais além e encarregou-se de solicitar, naquele mesmo dia, a inclusão da votação da matéria na Ordem do Dia, o que foi acatado pelo presidente da sessão, Senador Paulo Paim, autor do Projeto. Iniciadas as discussões, manifestaram-se contrariamente ao projeto os senadores Aloysio Nunes Ferreira e Pedro Taques. O Senador Ferreira, inclusive, se manifestou oralmente em oposição à proposta, considerando "um profundo equívoco" dar exclusividade em atividades de ensino e pesquisa, seja em graduação ou pós-graduação, apenas para quem tem formação em História. Na opinião do parlamentar, a situação cria "absurdos" como impedir que economistas, sociólogos, diplomatas ou outros profissionais qualificados ministrem a disciplina, havendo o risco de "engessar" o ensino da História. Citou inclusive os nomes dos eminentes intelectuais Evaldo Cabral de Mello e Alberto da Costa e Silva como pessoas que ficariam impedidas de escrever e lecionar sobre o tema.
Ora, tal posicionamento expressa, ao nosso ver, desconhecimento do teor do projeto, já que o que se pretende não é impedir ninguém de escrever ou se manifestar sobre o passado, mas sim assegurar a presença de historiadores profissionais, com formação específica, nas instituições que realizem pesquise e ensino de História. Além disso, pelo raciocínio do Senador, não seria um problema a situação que, infelizmente, ocorre hoje, na qual, em diversos espaços profissionais, historiadores acabam tendo que lecionar Geografia, Sociologia, Artes, entre outras matérias, sem terem conhecimentos específicos para isso (e vice-versa), o que certamente prejudica a formação dos estudantes dos variados níveis de ensino. Também por analogia, poder-se-ia, caso a perspectiva do Senador fosse correta, pensar que grandes atletas teriam a possibilidade de lecionar Educação Física nas escolas, sem possuírem para isso conhecimentos de Anatomia, Fisiologia, Movimento Humano, Pedagogia, entre outros, apenas a sua prática em determinados esportes (não é à toa que muitos atletas percebem tal lacuna formativa e, em algum momento de sua carreira, ingressam em cursos de Educação Física). Por fim, nem é preciso dizer o quanto a ANPUH reconhece e admira o trabalho de estudiosos como Cabral de Mello e Costa e Silva e sua contribuição à historiografia brasileira, inclusive convidando-os a participar de eventos promovidos pela entidade.
Já a senadora Ana Amélia defendeu o projeto ao ler relatório do senador Flexa Ribeiro, em que este declara que "a omissão do legislador pode permitir que pessoas inabilitadas no exercício profissional coloquem em risco valores, objetos ou pessoas".
Ao final, como ressaltado, o projeto foi aprovado com o apoio de todos os líderes partidários. Por essa razão, as visitas do dia seguinte foram canceladas, mas mesmo assim registramos nosso apoio aos seguintes senadores que se disponibilizaram a nos receber: José Pimentel, Zezé Perrella, Renan Calheiros, Lúcia Vânia, Cacildo Maldaner, José Agripino, Luiz Henrique da Silveira, Wellington Dias, Antonio Carlos Rodrigues, Aníbal Diniz, Lídice da Mata, Alfredo Nascimento e Pedro Taques (que, acreditamos, teria compreendido melhor o teor do projeto se tivéssemos tido a oportunidade de conversar antes da votação).
Ressaltamos, contudo, que a nossa luta deve ter continuidade, pois a matéria segue agora para votação na Câmara dos Deputados. Por isso, solicitamos às/aos colegas que pressionem os deputados de seus estados em prol da celeridade da tramitação e, é claro, da aprovação do projeto.
Nesta articulação, foi fundamental o apoio do colega historiador Marcos Ronaldo F. de Araújo, também presidente da Associação dos Servidores do Ministério Público Federal, que gentilmente ajudou na articulação parlamentar no Senado.
PARABÉNS A TODOS NÓS!!!

PROFISSÃO DE HISTORIADOR: MARCHA DA INSENSATEZ OU DO DESCONHECIMENTO?


Nós, historiadores profissionais, sabemos que uma das regras básicas do nosso ofício é a elaboração de um discurso de prova, assentado na pesquisa e na crítica dos vestígios do passado, os documentos . Fernando Rodrigues, por não ter essa formação, talvez desconheça essa regra tão elementar e, por isso, não se deu ao trabalho de ler com atenção o documento que deveria balizar a sua análise (sic) publicada no jornal Folha de São Paulo de 10 de novembro de 2012: o Projeto de Regulamentação da Profissão de Historiador, aprovado no Senado Federal na última quarta-feira. Em nenhum momento este projeto veda que pessoas com outras formações, ou sem formação alguma, escrevam sobre o passado e elaborem narrativas históricas. Apenas estabelece que as instituições onde se realiza o ensino e a pesquisa de História contem com historiadores profissionais em seus quadros, por considerar que, ao longo de sua formação, eles desenvolvem habilidades específicas como a crítica documental e historiográfica e a aquisição de conhecimentos teóricos, metodológicos e técnicos imprescindíveis à investigação científica do passado. Da mesma maneira, a regulamentação pode evitar que continuem a se verificar, nos estabelecimentos de diversos níveis de ensino, situações como a de o professor de História ser obrigado a lecionar Geografia, Sociologia, Educação Artística, entre outras disciplinas, sem ter formação específica para isso (e vice-versa).
Temos certeza que o Senador Cristovam Buarque, tão sensível aos problemas da educação brasileira, apóia esta idéia, pois ela possibilita um ensino mais qualificado.
Temos certeza também que o Senador José Sarney, conhecedor do teor do projeto, está tranqüilo, pois sabe que não vai ser impedido, como nenhum cidadão brasileiro, de escrever sobre a história de seu estado, ou de qualquer período, indivíduo, localidade ou processo. Isso atentaria contra as liberdades democráticas, das quais os historiadores profissionais são grandes defensores.
Fique tranqüilo senhor Fernando Rodrigues, o senhor também poderá escrever sobre história. Só sugerimos que leia os documentos necessários antes de o fazer.
Benito Bisso Schmidt 

Presidente da Associação Nacional de História – ANPUH-Brasil
(Gestão 2011-2013)


A ANPUH E O ENSINO DE HISTÓRIA

A segunda secretaria da Anpuh, responsável pelo Fórum de Graduação, juntamente com a atual coordenação do GT Nacional Ensino de História e Educação, tem procurado, desde sua constituição, estabelecer princípios norteadores conjuntos para o desenvolvimento de suas ações, cujas diretrizes foram definidas na reunião nacional, acontecida em março de 2012.
Neste sentido, temos ouvido as demandas dos colegas das distintas regiões do país e assumimos as ações da 2ª secretaria apoiando firmemente a atuação do GT Nacional em sua articulação para construção coletiva e articulada dos GTs estaduais. Seguindo esses princípios, temos atuado em diversas frentes: acompanhando e participando o debate das Políticas Públicas que afetam o ensino de História; estimulando a participação dos professores da Educação Básica por meio de campanhas de mobilização; fortalecendo a articulação interna da entidade, por meio do fomento dos GTs estaduais (nesse sentido, foram criados ou reativados 09 GTs estaduais); e constituindo um eixo de pesquisa vinculado ao GT, por meio do Projeto Panorama.
Recentemente, uma série de eventos trouxe à baila discussões sobre o lugar da disciplina História no currículo da Educação Básica e o espaço da pesquisa na área do ensino de História, nas instituições de Ensino Superior, em particular, nos cursos de História. O edital para um concurso de professor para a área de Ensino de História na Universidade Estadual do Ceará, que excluía a participação de doutores em outras áreas, alimentou um importante debate relativo ao perfil dos profissionais que atuam na área e ao sentido de manutenção de uma área de pesquisa, que, infelizmente, ainda parece não obter reconhecimento em certos segmentos acadêmicos. Por outro lado, a difusão das "Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio" a partir das discussões a respeito do "mau" desempenho das escolas públicas no ENEM, deu-se em meio a uma discussão enviesada que apontava para o suposto inchaço do currículo e a necessidade de "fusão" das disciplinas em áreas, trazendo à baila a possibilidade de esvaziamento e destituição das disciplinas de seus estatutos específicos de cientificidade. Essas discussões, que acenderam debates sobre a possibilidade de "retorno" de uma formação aligeirada em Ciências Humanas e um novo movimento de reformas do Ensino Médio, têm sido objeto das preocupações da ANPUH-Brasil.
Por isso, recentemente, a 2ª secretaria, por intermédio do GT, e em nome da Direção Nacional, solicitou reuniões junto ao MEC, a CAPES e ao Conselho Nacional de Educação (CNE), para solicitar informações sobre as reformulações em curso e discutir os rumos das políticas públicas que afetam o ensino de História. Para representar a ANPUH nessas reuniões foram indicados os membros GT de Ensino de História e o Prof. Carlos Augusto Lima Ferreira. Essas reuniões ocorreram todas no dia 01/10/12 em Brasília.
As pautas das reuniões foram diferenciadas, segundo uma agenda específica previamente acertada com cada um dos órgãos. Na CAPES, nos reunimos com o coordenador do PIBID, Prof. Helder Eterno da Silveira. Discutimos o PIBID na área de História e expressamos a intenção de organizar um evento de caráter nacional, em articulação com outras entidades, que reúna as experiências desse programa, com o objetivo de refletir sobre os resultados do programa na Educação Básica e os impactos nos cursos Licenciatura de História. No MEC nos reunimos com a Diretora de Currículos e Educação Integral, a Profa. Jaqueline Moll, e com a Coordenadora Geral do Ensino Médio, a Profa. Sandra Garcia, para tratarmos da pauta da reforma do Ensino Médio e os caminhos indicados pelos debates em torno do ENEM. Expressamos a preocupação da entidade de que a reforma induza as redes de ensino a suprimirem as disciplinas criando áreas amorfas e descaracterizadas. Segundo a equipe do MEC, a intenção não é realizar uma reforma que trabalhe com essa perspectiva para as redes, mas sim fomentar um debate preliminar no MEC sobre os desdobramentos das novas diretrizes curriculares, que tem sido feito na perspectiva dos "direitos de aprendizagem" dos alunos. Segundo o MEC o objetivo é ampliar esse debate e, na ocasião, convocou a ANPUH – como entidade coletiva dos historiadores – a participar das discussões, junto a outras associações de ensino. No CNE, nos reunimos com o presidente da Câmara de Ensino Superior, o Prof. Gilberto Gonçalves Garcia, para tratarmos dos possíveis desdobramentos das reformas sobre as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de História. Nesse sentido, a ANPUH foi convidada a articular uma reunião com as demais associações representativas da área de humanas, junto ao CNE para iniciar essa discussão.
O objetivo destas reuniões foi provocar no MEC, CAPES e CNE, a necessidade de ampliar os debates sobre as novas diretrizes curriculares nacionais e seus impactos sobre a disciplina História e a formação dos professores nessa área, por meio do diálogo com instituições coletivas, como a ANPUH, AGB, dentre outras.
Representantes do GT Ensino de História e Educação da ANPUH também participaram de outra reunião no CNE, ocorrida em 10/10/12. Articulada pela SBPC, a reunião contou com presença de diversas associações científicas. A possível integração das disciplinas escolares em áreas comuns gerou amplas discussões. A divulgação do tema realizada por órgãos da imprensa promoveu repercussões tanto entre as sociedades científicas como nos espaços escolares, motivando manifestações que apontam para a incompatibilidade dos atuais processos formativos no âmbito do ensino superior com a suposta proposta de integração disciplinar que partiria do MEC.
Os conselheiros José Fernandes Lima (presidente do CNE) e Erasto Fortes Mendonça esclareceram aos presentes que as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio mantêm as disciplinas escolares. Apresentando o relato da reunião realizada no dia 01/10 no MEC, os representantes da ANPUH reforçaram as falas dos conselheiros, informando que os integrantes do referido órgão governamental pretendem contar com o apoio das associações científicas para avançar no debate relativo às reformas curriculares.
Os encaminhamentos da reunião acerca da discussão das reformas curriculares para o Ensino Médio foram os seguintes: estreitamento das relações entre as associações científicas para a intervenção nas questões educacionais; articulação das associações científicas no sentido de participar do processo de discussão curricular; elaboração de um documento solicitando ao MEC um encontro do ministro com as associações científicas para o estudo de propostas, considerando sua viabilidade e potencial de implementação.
Como resultados desses encontros, apontamos a abertura do MEC, e dos demais órgãos visitados, ao diálogo sobre os temas levantados, reconhecendo a ANPUH como uma das entidades qualificadas para esse debate.
Como encaminhamentos dessas reuniões, estamos buscando outras entidades e associações para constituir um espaço de diálogo mais amplo relativo aos desdobramentos das novas Diretrizes Curriculares Nacionais; além disso, também estamos articulando formas de participação, que assegurem a mobilização coletiva nesse processo, enfatizando tratar-se de um debate público, que, necessariamente, expressará diferentes visões sobre o tema. Afinal, entendemos que uma de nossas tarefas, naquilo que cabe à 2ª secretaria e ao GT, é forjar os meios para que os associados da ANPUH-Brasil possam se manifestar e promover ações que deem visibilidade ao debate.
Carlos Augusto Lima Ferreira

2º secretário da ANPUH-Brasil (Gestão 2011-2013)
Arnaldo Pinto Jr, Paulo Mello e Ricardo Oriá

Coordenadores do GT de Ensino de História da ANPUH-Brasil

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Afinal pra que Profissionais Especialista?


















Denúncia de possível erro na restauração do quadro “A Primeira Missa no Brasil” realça a fragilidade das políticas de preservação de bens culturais no país

Gabriela Nogueira Cunha


A esta altura do campeonato, a história de Cecilia Giménez, que mobilizou as redes sociais no início de agosto, já esfriou. Mas o caso da espanhola de 80 anos que, cheia de boa vontade, mas com propensão para o desastre, “restaurou” uma imagem de Jesus Cristo pintada no século XIX, serve de alerta sobre a importância deste delicado ofício. Embora a lambança promovida pela amadora senhorinha de Borja seja inigualável, o Brasil também tem histórias mal contadas de restaurações. Uma delas envolve um quadro famosíssimo, abrigado em um dos principais museus do país. Só que aqui a polêmica é velada.
A obra em questão é nada menos que “A Primeira Missa no Brasil”,de Victor Meirelles de Lima (1832-1903), pintada entre 1859 e 1860 na França. Considerada a primeira pintura histórica produzida por um brasileiro, retrata a missa que Pedro Álvares Cabral mandou rezar para marcar simbolicamente a posse de Vera Cruz pela Coroa portuguesa, assim como a implantação da fé católica no novo domínio, em 1500. Com 2,68 por 3,56 metros, o quadro dificilmente passa despercebido por quem visita a Galeria de Arte Brasileira do Século XIX do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro. 
O que olhares leigos não captam são os possíveis acidentes de percurso resultantes da última restauração da tela, bancada pelo BNDES em 2006. Após a intervenção, duas faixas de cor neutra, nas laterais, passaram a dividir espaço com os elementos épicos da pintura.
A denúncia foi feita pelo crítico e historiador da arte Carlos Roberto Maciel Levy e endossada pelo restaurador Cláudio Valério Teixeira, atual secretário de Cultura de Niterói (RJ), que na década de 1980 coordenou a restauração de duas das mais importantes telas do acervo do próprio MNBA: “Batalha dos Guararapes” (1879), também de Victor Meirelles, e “Batalha do Avaí” (1872), de Pedro Américo. Em entrevista à Revista de História, Levy contou que na cerimônia de reinauguração do Museu Nacional de Belas Artes, há seis anos, percebeu os novos elementos no quadro, nunca vistos antes. “Quando entrei na sala em que estava a pintura, acompanhado do professor Cláudio Valério Teixeira, reconheci de imediato a moldura original. Ora, eu estava com o maior restaurador de obras de arte do Brasil! Cutuquei o Cláudio, e ele, que já é meio pálido, olhou para a pintura e ficou mais pálido ainda. Não sou restaurador e não vou dar opiniões categóricas, mas naquele momento eu tive a nítida impressão de que a tela havia sofrido um acidente de restauração”.
Fonte Revista História Da Biblioteca Nacional.

A Noite dos Cristais: Kristallnasht


09 de Novembro de 1938



              O atentado ao Secretário da Embaixada Alemã em Paris, Von Rath, por um refugiado judeu polonês no dia 7 de novembro de 1938, serviu de pretexto para que as autoridades alemãs confiscassem as armas de todos os judeus em Berlim. Outras medidas oficiais foram igualmente tomadas contra os judeus, em represália àquele atentado: interdição de todas as suas publicações; proibição de reuniões de qualquer natureza, inclusive culturais; e suspensão do ingresso de suas crianças em instituições de ensino alemãs.




                Com a morte do diplomata, dois dias depois, recrudesceu em Berlim uma intensa campanha contra os judeus, que, desarmados, tornaram-se fáceis vítimas para que os nazistas promovessem o anti-semitismo. As lojas de propriedade judaicas foram depredadas e saqueadas, as sinagogas incendiadas e moradias invadidas. Horas mais tarde, a violência atingia também outras cidades do país. Mais de dez mil judeus foram agredidos ou presos. As ruas ficaram cobertas de vidros.


nota oficial

          No outro dia, o Ministro da Propaganda Goebbels emitiu nota oficial  solicitando que a compreensível manifestação do povo alemão fosse interrompida, "pois a resposta final aos judeus seria dada por decretos e leis".



           Com as restrições mundiais impostas à Alemanha após a 1ª Grande Guerra, o partido nazista alemão ascendeu com promessa da reconstrução do país. Adolph Hitler assumiu o poder em 1933, demonstrando abertamente sua hostilidade ao povo judeu e conquistando prontamente as classes menos favorecidas. Colocou em prática seus ideais, privando os judeus progressivamente de seus direitos.
      Ainda em 1933, promoveu uma jornada de boicote às lojas, assim como ações contra médicos, advogados, professores e estudantes daquela comunidade. E aprovou-se a primeira lei de privação da nacionalidade alemã e de confisco de bens de quem deixasse de ser cidadão.

O terrível episódio,
que ficaria conhecido como 
"A Noite dos Cristais" (Kristallnacht),
era o prenúncio do holocausto 
que exterminaria
mais de seis milhões
de judeus na Europa
até o final da Segunda Guerra.




Fonte: JBLOG

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Holandeses no poder em nosso país.

Os holandeses perceberam a vulnerabilidade que as colônias portuguesas instaladas no Brasil apresentavam e decidiram colocar parte de seus planos em prática invadindo a região Nordeste do Brasil nas primeiras décadas do século XVII. A Holanda, nesta época, contava com uma poderosa tecnologia naval, fruto de investimentos advindos do "acolhimento", da parte dos holandeses, com relação aos cristãos -- novos, foragidos de outras regiões.
Para entendermos as intenções holandesas

1536 -- 1821 período em que o Santo Ofício já atuava na Espanha e também iniciou, em 1536, suas atividades em Lisboa.

A distinção entre cristãos -- velhos e cristãos -- novos percorreu desde o início desta instituição até 1775. Em Lisboa os judeus foram convertidos à força pela então realeza portuguesa. Entretanto, o que pretendemos a respeito da Inquisição é com relação ao seu alvo de atuação, ou fundo de argumentação, melhor dizendo, para o desenvolvimento das perseguições.



Grande parte dos livros de história relatam a questão religiosa referente a "necessidade" de tal perseguição. No entanto, é importante sabermos que além da dimensão religiosa (escândalos sexuais, heresia, questionamentos feitos a santos católicos, etc), há também a questão econômica.

A grande maioria dos descendentes de judeus, convertidos sob o reinado manoelita eram portadores de significativas fortunas, eram comerciantes de importante potencial, tais fortunas eram também representadas pelos bens materiais dos judeus.

O Santo Ofício, quando capturava um "herege" executava um procedimento. Este procedimento consistia no confisco de todos os bens do acusado, uma atitude que prevalecia até o julgamento final, seja ele condenatório ou não. Os bens do prisioneiro "teoricamente" eram devolvidos em casos raríssimos de absolvição do julgado.



Além disto, durante todo período de trâmite do processo inquisitorial, todas as despesas com o próprio acusado, como também a dos funcionários do Santo Ofício eram pagas pela família da própria "vítima".

"O confisco de seus bens significava a transferência de enormes somas para Inquisição e para Coroa. Tratava-se de uma forma de apropriar-se de lucros de comerciantes bem -- sucedidos. Por esta razão, o impacto das perseguições inquisitoriais sobre a economia foi bastante negativa." Pg. 47

Era desta forma que agia o tribunal do Santo Ofício. No Brasil não fora diferente, as visitas inquisitoriais ocorreram em localidades de maior riqueza e de maior população. No século XVII o Nordeste brasileiro foi alvo dos tribunais, já no século XVIII foi a vez de Minas Gerais e depois Rio de Janeiro.

Estas atuações do Santo Ofício acabou desenvolvendo dificuldades para Coroa portuguesa, este remanejamento de grandes fatias econômicas de certa forma, desestabilizou os investimentos na tecnologia naval, os cristãos -- novos foram perseguidos e com eles suas fortunas que mantinham a armada lusitana. Portugal que mantivera grande estabilidade econômica lucrativa nos séculos XV e XVI, ao final deste último, passou a conhecer as dificuldades e sua decadência. Portugal, agora era exclusivista, sujeitando-se a disposição da Coroa espanhola, o que acarretou no aparecimento dum poderoso inimigo, a Holanda, até então grande distribuidora de seus produtos. Todo este ambiente é importante e, sobretudo, necessário para que possamos entender um pouco melhor sobre as invasões holandesas no Nordeste do Brasil. Evidente que o fato desta manutenção da economia influenciada pelo Santo Ofício, na transferência de importantes valores e com o abrigo dado pela Holanda aos cristãos -- novos não satisfaz totalmente nossa pesquisa, mas demonstra uma importante contribuição.

Evaldo Cabral de Mello, o mais capacitado dentre os historiadores para relatar de forma brilhante este período da açucarocracia brasileira, termo por ele mesmo definido, afirma que as colônias portuguesas, desde sua formação, sempre ofereceram maior fragilidade com relação a um possível ataque do inimigo. Diferentemente da Espanha, o litoral brasileiro não dispunha de nenhum tipo de segurança, um ataque inimigo provavelmente seria bem sucedido, pois a concentração da produção de açúcar não ficava muito distante da região litorânea. Talvez este tenha sido outro atrativo para Holanda resolver atacar primariamente as colônias portuguesas no Brasil. Mas além desta fragilidade de localidade, a Holanda também pode contar com extremo avanço em sua tecnologia naval, tomando o primeiro lugar de Portugal e Espanha.

Este humilde artigo tentará tratar destes assuntos, respondendo perguntas como: Como foi se formando, ao longo do tempo, esta decisão da Holanda em invadir o litoral do Nordeste brasileiro? Qual o papel de João Maurício de Nassau quando da sua chegada no Brasil em 1637? Não trataremos, pelo menos neste artigo, das grandes guerras havidas entre 1630 a 1654. Pretendemos fazer, em breve, um outro artigo como se fosse uma segunda parte deste, uma continuação.
A ascensão holandesa

Enquanto Portugal observava seu próprio fracasso, a Holanda crescia em seu importante comércio de tecidos, com significativa ajuda dos cristãos -- novos, acolhidos pelo país. A Holanda desenvolveu um tipo de navio destinado especificamente para guerras, era a fragata. Com isto, o domínio marítimo até então atribuído a Espanha e Portugal, passara a Holanda. Ao final do século XVII a Holanda consegue sua dependência, após guerrear contra Espanha. Os holandeses, apercebidos dos bons resultados obtidos, tanto em estratégias com sua independência com também em seu poderio comercial, decide elaborar um plano para atacar as colônias portuguesas, por meio de um modelo já conhecido: a Companhia da Índias Orientais. Então, em 1620 é fundada, pelos holandeses, a Companhia das Índias Ocidentais, a exemplo da primeira, representando uma fusão entre comércio e guerra.
O primeiro ataque ao Brasil

O Brasil foi o primeiro alvo a ser atacado pelos holandeses. O primeiro ataque ocorreu na Segunda década do século XVII, com 1700 homens os holandeses invadiram a Bahia iniciando o conflito na região urbana, depois foram atraídos para regiões distantes, onde ficavam as instalações dos engenhos de cana -- de -- açúcar que funcionavam com a mão -- de -- obra escravista. Estes modelo de produção até então exclusivo dos portugueses despertou grande interesse aos holandeses.

Em maio de 1625 uma frota portuguesa consegue expulsar os holandeses, mas, durante o tempo em que os invasores estiveram ali, foi o suficiente para aprenderem o até então modelo exclusivo de produção escravista dos portugueses no trabalho com engenhos. Com isto o monopólio açucareiro da colônia portuguesa termina, tendo agora de competir sua produção com ingleses, franceses, holandeses e espanhóis.

O modelo escravista, a grosso modo representado pelos senhores de engenho e escravos conquistou a Europa daquele século. As Antilhas foi cede de engenhos franceses, ingleses, holandeses, etc. mesmo com toda concorrência, o Brasil ainda ocupava o primeiro lugar em lucratividade na produção do açúcar.

Sua localização privilegiada contribuía para isto, pois ficava próximo da África (facilitando o abastecimento de escravos), contava ainda com o fornecimento de alimentos advindos dos índios, fator que barateava a empresa.

Os holandeses, após serem derrotados no Brasil em 1625, decidem-se em 1630 realizar um novo ataque, agora em Pernambuco, região extremamente desenvolvida na produção açucareira do Nordeste brasileiro.

Desta vez com 3800 homens atracaram em Pernambuco, depois os holandeses contaram com reforço de mais aproximadamente 6000 homens, o domínio por parte dos holandeses foi incontestável, atingindo todo litoral nordestino até o Maranhão.
Jacobi Rabi

Estes personagem de origem alemã, chegou ao Brasil em 1637, logo se envolveu com os indígenas e fez uma verdadeira revolução com os nativos, ensinando-lhes táticas de guerra da europa, uma fusão da crueldade nativa com europeia. Os índios ficaram fortes aliados de Jacobi. Portugueses, judeus, protestantes, todos detinham grande ódio deste estrangeiro que não excitava em criar grandes problemas com quem resistia a seus interesses. Sua atuação durou até 1645, quando os próprios holandeses, temendo perder o controle sobre ele, decidiram executá-lo. Esta atitude dos holandeses foi um verdadeiro desastre contra eles próprios, pois todos os nativos que o apoiavam Jacobi passaram a apoiar os portugueses, com esta ajuda, o território seria novamente luso.

Porém, 1637 foi o ano em que ocorrera o fato mais ousado dos holandeses, agora com pleno domínio dos engenhos açucareiros, trouxeram para o Recife o conde Maurício de Nassau, que desembarcou no Brasil em janeiro de 1637, trazendo condigo uma equipe composta por pintores, escritores, arquitetos, etc. Nassau com isto, pretendia restaurar o Recife.

Pela primeira vez, uma colônia da América seria governada à europeia. Com supremacia militar e prevendo excelentes perspectivas econômicas, Nassau usou dinheiro e escravos da Companhia para atrair os donos de engenho para órbita holandesa. Com sinal de sua grandeza começou a reformar Recife, a primeira cidade planejada para ser capital do Brasil.
João Maurício de Nassau



Leia a biografia de João Maurício de Nassau

Sem dúvida um personagem de muito destaque durante o período da presença holandesa no Brasil. O Conde Maurício de Nassau chegou no Brasil, mais precisamente em Recife, região Nordeste do país, em 1637 -- quando a situação e ocupação militar já estava praticamente estabilizada, no que diz respeito ao domínio holandês frente as colônias portuguesas.

No entanto, Nassau não chegara só no território brasileiro, trouxe consigo uma equipe cultural, sim, composta, como já dissemos, por pintores, arquitetos, escritores, naturistas, médicos, astrólogos, etc. Suas intenções uniam conforto para sua estadia no país e também domínio da produção açucareira. Com a presença de Maurício, Recife sofreu uma verdadeira reformulação urbana, ele mandou construir jardins, lagos e um palácio para sua acomodação, localizado na ilha de Antônio Vaz. Em 1639 Nassau foi mais longe, acompanhou a construção de uma cidade inteira a seu gosto, denominada Cidade Maurícia, esta cidade ficava localizada ao lado de Recife, entre a foz do Capiberibe e Beberibe.
Artistas Registram As Riquezas Do Brasil Holandês



Os artistas que acompanharam Nassau retratavam a América naturalista, preocupavam-se em registrar a natureza destacando os animais e as paisagens vegetais, demonstrando assim, toda opulência do Brasil holandês, estes registros tinham o caráter científico, pois estas ilustrações ficaram conhecidas em toda Europa. Frans Post e Albert Eckhout foram os principais pintores trazidos por Maurício ao Brasil, registraram o Nordeste brasileiro, revelando as riquezas dos trópicos, a produção do açúcar, a cidade Maurícia, todos os feitos de Nassau foram devidamente registrados por estes dominadores de imagens.
Reação de Portugal

Diferentemente da dimensão holandesa, o Brasil português mostrava-se de mau a pior. A grande alternativa de Portugal foi buscar sua independência em 1640 ao nomear o duque de Bragança como D. João IV. Portugal dependia totalmente dos recursos advindos do açúcar brasileiro, distribuído pelos holandeses, para financiar seu conflito com a Espanha.
Holandeses próximos de deixar o Brasil

D. João IV conseguiu assegurar a independência de Portugal, sua busca agora referia-se a retomada das colônias apoderadas pela Holanda. Tarefa difícil, pois Nassau, por meio da Companhia das Índias, concedia créditos e escravos à vontade para os senhores de engenho do Brasil, a produção aumentava a cada período, entretanto, os próprios cofres na Holanda verificaram a falta de dinheiro em espécie, tudo o que tinham eram títulos de dívidas e empréstimos destes senhores de engenho. Começa então um questionamento quanto as atitudes de Maurício de Nassau. Em maio de 1644 a Holanda convoca a volta de Maurício de Nassau para estabelecer alguma manobra para reverter esta situação, então redigiram acordos, ou melhor, contratos onde ficou estabelecido que os senhores de engenho só teriam acesso a novos empréstimos após pagamento total das dívidas pendentes.

Em 1645, após tomarem conhecimento de que teriam de mexer em seus próprios bolsos, os colonos revoltaram-se contra tal atitude dos holandeses, a rebelião estava formada. Em pouco tempo, a Holanda perdera tudo o que havia conquistado até então, pondo fim ao grande sonho de conquista da América proferido pelos holandeses.

Somente em 1654 os holandeses deixaram definitivamente o território brasileiro, mas como dissemos, não entraremos nos detalhes das batalhas havidas, pelo menos neste expediente.

As terras brasílicas já conviveram com batalhas francesas, holandesas, enfim, com todos que aproveitavam-se de maneira ilegal das terras dos portugueses, que queriam manter o processo de colonização em desenvolvimento. Afinal, esta era uma alternativa que a Coroa portuguesa apostou com todas as suas forças para manter-se no cenário como nação a partir do século XVI.

A verdade é que os holandeses também desfrutaram um pouco das riquezas presentes nesta imensidão de terras produtivas, similarmente aos franceses que traficaram, em enorme quantidade, o pau -- brasil, por toda região litorânea. Fato que despertou os olhares de Portugal, no sentido da proteção e da necessidade de ocupação das terras recém "descobertas" por Cabral.

Com isso, a História do Brasil, tão rica, extensa e maravilhosa, nos comprova, ao longo dos séculos, a cobiça e a ambição dos estrangeiros pela exploração da imensa variedade de riquezas existentes na região dominadas pelos lusos em 1500. O Brasil é de quem?
Referência Bibliográfica

CALDEIRA, Jorge; CARVALHO, Flavio; MARCONDES, Claudio, GOES, Sergio. Viagem pela história do Brasil. 2ª Ed. São Paulo, Cia das Letras, 1997.
MELLO, Evando Cabral. Olinda Restaurada: guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. 2ª Ed. Rio de Janeiro, 1998.