terça-feira, 15 de março de 2011

Stigmas-Loucura

Loucura é a Falta de Leitos do SUS- (Sistema ùnico de Saúde), esta é uma campanha em prol da Revitalização do Hospital Psiquiátrico São Pedro  em Porto Alegre/RS, o maior e referência do Estado. 
Século XXI, ano de 2011, e o stigma de quem sofre com alguma doença ou perturbação mental, persiste. Manter o corpo e a mente em equilíbrio não depende só de pensamento positivo, como pensam alguns, durante as décadas vimos relatos de pessoas que foram negligenciadas ou trancafiadas, ou ainda acorrentadas em casa por seus familiares não saberem como lidar com estas pessoas enfermas. Se estamos doentes procuramos um médico correto? 
Se a doença não melhora fazemos exames, se estes indicam algo mais grave frequentemente ficamos internados em Instituições Hospitalares para tratamento pore algum período, por que com as doenças mentais seriam diferentes? Por que a OMS (Organização Mundial de Saúde) quer seguir, ou melhor adotar um novo modelo de tratamento das enfermidades mentais, a modelo da Europa, sendo mais específica Itália, eliminando os serviços de internação em Hospitais Pisiquiátricos, na chamada Reforma Psiquiátrica. 
Mas afinal o que é doença mental, bem popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências sócio-culturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc. Medicamente, entretanto, Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive.Organização Mundial de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico, mental e social define o que é saúde, portanto, tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de bem-estar e mal-estar. Hoje vislumbra-se este conceito, mas numa década não  tão distante internavam-se pessoas com enfermidades variadas de que a medicina não tinha total conhecimento e estigmatizava-se o indivíduo como Louco, insano. até complicações estomacais já foram tomadas por loucura e tratadas como tal, ai surge um dos atuais problemas a medicação em excesso. Sem dúvida um assunto delicado, mas que de maneira alguma deve virar tabu, pois já deveriamos ter passado da Era das Trevas e o que nos cabe é achar uma solução cabível a esta situação que afeta todos nós, pois não se vê em noticiário reportagens com pessoas que retornem ao convívio social e familiar depois de um tratamento numa instituição psiquiátrica, mas pode ter certeza que há.Deixo um breve Histórico do Hospital Psiquiátrico São Pedro e um vídeo documentário bem interessante.

Fragmentos da História
 
O Hospital Psiquiátrico São Pedro, nomeado Hospício São Pedro em homenagem ao padroeiro da Província, foi a primeira instituição psiquiátrica de Porto Alegre e da Província de São Pedro. Fundado em 13 de maio de 1874, foi inaugurado somente dez anos após, no dia 29 de junho, data consagrada a São Pedro. Foi o sexto asilo/hospício de alienados durante o Segundo Reinado no Brasil (1841-1889). Designado como Hospício São Pedro até 1925, passou a ser chamado Hospital São Pedro até 1961, quando então assumiu a atual identidade de Hospital Psiquiátrico São Pedro.
         De 1884 a 1889, o Hospício São Pedro foi uma instituição que atuou como um mecanismo institucional terapêutico e de regulação social. O doutor Carlos Lisbôa, primeiro médico-diretor do Serviço Sanitário do Hospício São Pedro, registrou no seu primeiro relatório de 20 de dezembro de 1884 e enviado ao provedor da Santa Casa de Misericórdia, que diante dos quadros que se apresentava a loucura, recorria a medicina sintomática, combatendo os sintomas porque os conhecia e porque se apresentavam, não indo à causa porque lhe escapava e a ignorava.
        De 1890 a 1924, com a República instaurada e a medicalização de Porto Alegre em andamento, o Hospício São Pedro vinculado não mais a Santa Casa de Misericórdia, mas a Secretaria do Interior e Exterior do Estado do Rio Grande do Sul, passou a ser dirigido pelo saber médico psiquiátrico. A presença de muitos médicos integrando em comum os quadros de funcionários do Hospício São Pedro, da Santa Casa de Misericórdia e da Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre, proporcionou uma interação das três principais instituições voltadas à saúde pública, instigando o desenvolvimento das práticas terapêuticas e vitalizando a produção do conhecimento médico no Hospício São Pedro e no Estado do Rio Grande do Sul.
       De 1925 a 1952, quando encerra o período desta pesquisa sobre um pouco da história do Hospital Psiquiátrico São Pedro, um novo Regulamento em 1925 definiu a Instituição não mais como um manicômio, mas um nosocômio, mantendo seus objetivos de "asylar e tratar doentes das faculdades mentaes". Neste momento, um novo discurso médico-psiquiátrico voltado à promoção da saúde e uma nova prática terapêutica de avançada tecnologia à época se estabeleceram no Hospital São Pedro, persistindo o problema da superpopulação asilar.

Até mais, Juliana

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